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02/06/2009 - 01:47:30

Muito já ajuda... Parte 2

Carlos Silva

Desde que iniciei minhas colaborações "mais ou menos" periódicas para o sítio Ramalhonautas, tenho tentado seguir duas diretrizes: evitar falar sobres situações circunstanciais e momentâneas (desempenho do time, trocas de treinador, etc.), preferindo tratar de assuntos mais perenes e de maior importância para o futuro do Ramalhão; e procurar não repetir assunto em duas colunas seguidas. O problema é que a sequência dos fatos está me obrigando a deixar um pouco de lado essas diretrizes. Portanto, voltarei a abordar as ações da Gestão Empresarial que não estão colaborando absolutamente nada com o êxito do Ramalhão na Série A, que já entra em seu terço final.

Logo que se anunciou a transferência da partida contra o São Paulo para Ribeirão Preto, a mídia esportiva paulistana, predominantemente anti-ramalhina, entrou em ação. As críticas ao Santo André voltaram com força total, pela venda do mando de uma partida àquela altura importantíssima para a definição do campeonato, o que em tese favoreceria o Tricolor. Houve até mesmo insinuações de que o Ramalhão teria vendido não apenas o mando mas também o próprio resultado da partida, num "pacote fechado" em benefício do SPFC.

Foram tantas as críticas que o mandachuva da SAGED teve que fazer o que raramente se dispõe: vir a público para defender a atitude da empresa. E foi na Rádio Bandeirantes, em entrevista ao Milton Neves, que Ronan saiu-se com a maior piada do ano: "A mudança de mando não foi para beneficiar ninguém nem por dinheiro, mas para punir a Prefeitura, que não reforma o Estádio Bruno Daniel".

É claro que nem o jornalista nem ninguém mais acreditou em tão esfarrapada desculpa. Mas o que mais me preocupa é que o próprio Sr. Pinto parece acreditar nela. Ou melhor, deveria ter sido mais claro e específico: sua declaração mereceria um pouco mais de crédito, e talvez até despertasse alguma solidariedade, se deixasse claro que a "punição" não se dirige à Prefeitura de Santo André, ente abstrato, nem à pessoa física do prefeito, e sim à própria cidade, que há muito voltou as costas para o time que carrega seu nome, seu brasão e suas cores.

É verdade que as condições do Estádio Municipal estão longe do ideal para a disputa do Brasileirão; sabemos e denunciamos há muito tempo que existem problemas estruturais, falta de espaço adequado para a imprensa e que a reforma do gramado foi mal feita. Mas também é verdade que o estádio foi aprovado pela CBF e liberado pelos órgãos competentes; então não há mesmo justificativa para que o Ramalhão não jogue lá todas as suas partidas, inclusive contra os times "grandes" paulistas (somente o Santos teve que nos enfrentar lá).

E também é certo que o Município está pouco ligando para o "castigo" que a SAGED lhe "impõe". O prefeito há menos de um ano no cargo tem se defrontado com uma infindável crise de governabilidade e a última coisa com que iria se preocupar no momento é com futebol profissional; além disso, tem a justificativa que a Administração anterior deixou-lhe um orçamento apertado demais para poder pensar em gastos extraordinários. Quanto à população da cidade, de forma geral sequer sabe quando e contra quem o Ramalhão joga – a menos que seja contra o "seu" time. Ora, se há divergência de origem política entre a SAGED e a Administração da cidade, a ponto de causar prejuízos ao time, à sua torcida e ao próprio município, que se resolva o caso como pessoas sensatas devem fazer: conversando e chegando a um acordo.

Da forma como se faz, a anunciada "punição" cai no vazio – e os únicos punidos de fato são os verdadeiros torcedores do Ramalhão, privados do direito elementar de acompanhar e torcer por seu time de coração. Depois ainda há quem pergunte por que somos tão poucos. Assim como nem a velhinha de Taubaté acreditou na tal desculpa, nós também não temos motivo algum para acreditar. A justificativa financeira é muito mais plausível e por isso adotada de forma irrestrita pela mídia, o que acrescentou ao Santo André mais uma pecha além das que já tínhamos (intruso, time de prefeitura, time de aluguel...): a de mercenário. Fama que tende a se consolidar caso seja confirmada a mudança da partida "chave" contra o Palmeiras para a novíssima Arena da Fonte, em Araraquara.

O Santo André já tem problemas mais que suficientes com o noviciado na Série A e com as dificuldades na montagem do time, que o tornaram candidato quase natural ao rebaixamento. A última coisa de que precisamos é de mais problemas extracampo.

Não custa repetir: muito já ajuda quem não atrapalha.







 

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