Ainda nem 2 meses se passaram e os fatos vêm confirmando nossas previsões até aqui: 2006 será um ano muito, muito longo para a torcida ramalhina, nos dois sentidos.
Literalmente falando, a confirmação pela CBF que o Brasileiro da Série B passará a ser disputado por pontos corridos em 2 turnos garante a todas as equipes da Segundona um calendário mais extenso, com jogos até novembro. O Ramalhão fará, no mínimo, 59 partidas oficiais este ano, podendo chegar a 69 se o time disputar todas as fases da Copa do Brasil. Sem contar a provável participação na Copa FPF. Serão, pelo menos, 30 jogos em casa ao longo do ano (Acho que o Bruno Daniel nunca recebeu tantas partidas numa só temporada. Vamos preparar os bolsos...).
Mas o ano também promete ser longo no sentido figurado: sofrimento e angústia poderão nos aguardar a cada esquina. Para começar, há a dura missão de montar uma nova equipe em substituição ao grupo vitorioso das últimas duas temporadas, do qual poucos atletas restaram. A árdua tarefa já nos custou a queda de um técnico logo no início da temporada, e, para piorar, a diretoria parece estar incorrendo no mesmo erro do ano passado, ao trazer alguns reforços de qualidade e condição física duvidosas. Felizmente, parece que vem acertando mais do que errando. Mas é difícil acreditar que o mercado esteja tão fraco em jogadores de qualidade.
A campanha irregular na primeira metade do Paulistão, com passagens freqüentes pela zona de rebaixamento, vem irritando a torcida, mas já era esperada (ou deveria ser). Quem vem lendo nossas colunas desde o ano passado já sabia que o objetivo do Ramalhão, neste campeonato, seria apenas não cair. Apesar dos pesares, acredito que o time alcançará esse objetivo, pois até abril, quando se inicia a Série B, a idéia é que o futebol apresentado já seja de muito melhor qualidade que o mostrado até aqui. Mesmo porque, se isso não acontecer, o objetivo final de alcançar uma das 4 vagas para a Série A em 2007 ficará comprometido.
Mas há um fator a mais para alimentar nossas preocupações este ano. Em dezembro, o Conselho Deliberativo do E. C. Santo André deverá escolher o novo presidente do clube. E já há alguns pré-candidatos a presidir a agremiação que em poucos anos saiu da condição de mero figurante para conquistar espaços importantes no cenário do futebol brasileiro.
Um processo eleitoral deveria ser sempre algo saudável e bem-vindo, mas os Ramalhonautas receiam que, neste caso particular, ocorram conflitos de vaidades, tornando a eleição traumática ou dando espaço a conchavos, defesa de interesses pessoais em detrimento do clube ou mesmo a uma indesejável batalha de liminares, como a vista recentemente nas eleições de um grande clube da Capital, com conseqüências imprevisíveis.
Um processo eleitoral tumultuado iria, inevitavelmente, refletir no desempenho da equipe em campo, podendo prejudicar o objetivo do acesso justamente na fase mais aguda da Série B. Infelizmente, as últimasreuniões do Conselho já apontam para uma possível situação conflituosa no futuro. Sem tomar nenhum partido, os Ramalhonautas estarão atentos e torcendo para que nada prejudique o objeto de nossa paixão futebolística: o E. C. Santo André.
Enfim, aí está 2006, com a promessa de grandes emoções que, todos esperamos, restrinjam-se ao campo esportivo.