Às vezes, as últimas imagens não interessam a ninguém. As primeiras é que valem. No futebol, é assim que funciona. É a lei do oportunismo. Ao contrário da Europa, aqui não há um mínimo de respeito. O Corinthians é uma das péssimas referências. Isso desde os tempos do goleiro Gilmar dos Santos Neves. Ou de Luisinho (o Pequeno Polegar) e Rivellino. Mais recentemente, Marcelinho Carioca. Um dia, proibiram até Basílio (o herói do fim do tabu em 1977) de entrar no Parque São Jorge. Outros importantíssimos atores daquela conquista sentiram a mesma decepção conferida aos produtos descartáveis em que se transformam os ex-atores da ópera.
Meu colega Arlei Polidoro, assíduo leitor desta coluna, sugere uma das raríssimas exceções: o São Paulo. É verdade: o Tricolor é de cultivar e de resgatar uma incomparável história em preto-e-branco. Que o diga o Memorial do Morumbi. Vá lá e visualize, entre as mil imagens ali inseridas, uma retrospectiva da carreira do grande Leônidas da Silva, o Diamante Negro, que, dizem alguns, teria sido igual ou mais do que o imortal Rei Pelé.
Outro dia, os húngaros reverenciaram Ferenc Puskas, o maestro da supermáquina do Mundial de 1954, As pessoas choraram nas ruas. A homenagem comoveu o país. Um dia, a Fiorentina mandou uma passagem para que Julinho Botelho, já falecido, fosse a uma cerimônia dedicada ao ex-heróis do clube italiano. E Julinho, o primeiro depois de Mané Garrincha, compareceu em cima de uma cadeira de rodas. Mas parecia todo feliz da vida.
Agora, trago meu tema para o nosso universo regional. Na primeira semana deste mês, os Ramalhonautas juntaram os campeões do primeiro acesso do Santo André, em 1981. Uma festa legal no Clube de Campo. Um golaço de Elias, Eliseu, Alexandre, Lígia, Carlos, Gisélia, Bellotti, Astolpho e Mazinho. Tudo para comemorar o Jubileu de Prata do título. Os malucos da torcida virtual são mesmo uns apaixonados. Tanto é que também lançaram a obra 1975 - a Saga.
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